quarta-feira, 20 de julho de 2011

TUMBA JUNSARA

O Tumba Junsara foi fundado em 1919 em Acupe, na Rua Campo Grande, Santo Amaro da Purificação, Bahia, por dois irmãos de esteira cujos nomes eram: Manoel Rodrigues do Nascimento (dijina: Kambambe)
e Manoel Ciriaco de Jesus (dijina: Nlundi ia Mungongo), ambos iniciados em 13 de junho de 1910 por Maria Genoveva do Bonfim, mais conhecida como Maria Nenem , cuja dijina Mam'etu Tuenda NZambi,
que era Mam'etu Riá N'kisi do "Tumbensi", casa de Angola mais antiga da Bahia.

Maria Neném foi iniciada por um escravo angolano chamado Roberto Barros Reis, sua dijina era Tata Kinunga. Nlundi Ia Mungongo teve também como irmã de barco a Mametu Sasia Kia Pulú, que sempre
conviveu com Nlundi Ia Mungongo, eles eram muito ligados.

Kambambe e Nludi ia Mungongo tiveram Sinhá Badá como mãe pequena e Pai Joaquim como pai pequeno.

O Tumba Junsara foi transferido para Pitanga, no mesmo município, e depois para o Beiru. Após algum tempo, foi novamente transferido, para a Ladeira do Pepino nº 70, e finalmente para Ladeira da Vila América, nº 2, Travessa nº 30, Avenida Vasco da Gama (que hoje se chama Vila Colombina) nº 30 -
Vasco da Gama, Salvador, Bahia.

Na época da fundação, os dois irmãos de esteira receberam de Sinhá Maria Nenem os cargos de Tata Kimbanda Kambambe e Tata Nludi ia Mungongo. Manoel Ciriaco de Jesus fez muitas lideranças de várias casas, como Emiliana (Bogum), Mãe Menininha do Gantois, Ile Agbaalá (Amoreiras), onde obteve cargos.

Tata Nlundi Ia Mungongo, Ciriaco, é considerado até hoje, um Tata Ecumênico, nas nações de candomblé.

Teve cargo no terreiro gege do Bogun, quando a Doné era Dona Emiliana e mantinha boas relações com
o Terreiro do Gantois da então Mãe Escolástica e depois Mãe Meninha; teve o cargo de Sarapembe, no ilê Agboula, em Amoreiras - Itaparica.

Quando iniciava Muzenza sempre tinha a participação de pessoas de todos estes terreiros.

Viveu no Rio de Janeiro onde também funcionou uma casa do Tumba Junsara em Vilar dos Teles.

No Rio de Janeiro, fundou uma casa de culto em Vilar dos Teles (não se sabe a data da fundação nem a relação de pessoas iniciadas).

Nlundi Ia Mungongo teve como o seu primeiro filho de santo o Ricardino, cuja dijina Angorence.
Com a morte de Manoel Rodrigues do Nascimento (Kambambe), que assumira sozinho a direção do Tumba Junçara, Manoel Ciriaco de Jesus (Nludi ia Mungongo) assumiu a direção até sua morte, a qual ocorreu em 4 de dezembro de 1965.

Manoel Ciriaco de Jesus (Nludi ia Mungongo ) nasceu em 8 de agosto de 1892, falecendo aos 72 anos, cinco meses e seis dias. Com sua morte, assumiu a direção do Tumba Junçara a Sra. Maria José de Jesus (Deré Lubidí), que foi responsável pelo ritual denominado Ntambi (ritual fúnebre) de Ciriaco, juntamente com o sr. Narciso Oliveira (Tata Senzala) e o sr. Nilton Marofá. Deré Lubidí era Mam'etu Riá N'Kisi do Ntumbensara, hoje situado à Rua Alto do Genipapeiro - Plataforma, Salvador, Bahia, e de responsabilidade do sr. Antonio Messias (Kajaungongo).

Em 13 de dezembro de 1965, após o Ntambi, Maria José de Jesus (Deré Lubidí) passa a direção do Ntumbensara para Benedito Duarte (Tata Nzambango) e Gregório da Cruz (Tata Lemboracimbe), e em ato secreto é empossada Mam'etu Riá N'Kisi do Tumba Junsara.

Maria José de Jesus (Deré Lubidí) nasceu no dia 18 de setembro de 1900. Foi iniciada na nação Angola aos 23 de junho de 1920 por Manoel Rodrigues do Nascimento e teve Manoel Ciriaco de Jesus como pai pequeno, e em 25 de dezembro de 1920 recebeu a denominação de Deré Lubidí.

Em 1924,recebeu o cargo de Kota Kamukenge (auxiliar da mãe criadeira) do Tumba Junsara, e em 1932, o cargo de Mam'etu Riá N'Kisi. Em 1953 fundou o Ntumbensara, na Rua José Pititinga nº 10 - Cosme de Farias, Salvador, Bahia, que em 18 de outubro de 1964 foi transferido para o Alto do Genipapeiro.

Com o falecimento de Deré Lubidí, assumiu a direção do Tumba Junsara a Sra. Iraildes Maria da Cunha (Mesoeji), iniciada em 15 de novembro de 1953, permanecendo no cargo até o presente momento.

Referência:
http://www.africanasraizes.com.br/junsara.html

3 comentários:

  1. OLá Minha Sobrinha! Sessimbe (Vilma)

    Paraabéns pelo Seu trabalho, e o empenho em divulgar o nosso ANGOLA (TUMBA JUNÇARA), Axé tão grandioso,cheio de fundamentos, encantos e mistérios.
    Nzambi na kuatessá por resaltar o nome de seu Avô, o meu saudoso e amado pai (TÀTA GIDIMI) a ele, agradecerei sempre tudo que sou,o que tenho e que ainda terei em minha vida.
    A minha (Mam’etu ndenge (NANVULÊ), meu eterno amor e meu Mokoiú! Desejo a minha mãe, muita saúde e anos de vida. A você minha SESSIMBE, meu orgulho maior de tê-la como sobrinha e amiga. Que *KAVUNGO E NDANDA LUNDA* lhe abençõem HOJE e SEMPRE!

    Meu Mokoiú
    Seu Tio Táta Congolandê

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  2. Fico muito feliz pelo reconhecimento do trabalho. Obrigada ao senhor, meu tio querido! Devagar estarei pesquisando e postando referências sobre nossa tão linda religião.Caso tenha informações que possam ser postadas, agradeceria se pudesse fazê-las. Quando vier nos visitar, entre em contato para que possamos nos encontrar. Um grande abraço e meu Makuiu!

    Sessimbe

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  3. Sessimbe. Minha sobrinha

    Meu Mokoiú.

    Perder um Táta, uma Negüá, uma Mameto de Inkisse, seja qual for à denominação em no nosso dialeto Banto/congo/angola, ou Nação. É uma perda irreparável e insubstituível para nós filhos de santo. (FELIZ DAQUELE QUE TEM SEU PAI E MÃE DE SANTO VIVOS).

    A força da navalha fica e nos une até nosso futuro encontro na eternidade. A saudade nos seguirá sempre e a saudade será sempre o nosso forte meio de contato, pois ela será o cordão que nos ligará sempre, servindo de veículo, facilitando assim os contatos e as visitas dos que partiram.

    Sentirei falta de Minha Mãe Navulê de tudo, falta da benção do seu Mokuiú, das lembranças que nos seguirão e permanecerão dentro de mim até os últimos dias de minha vida, assim como sinto a falta de meu Pai GIDIMI e de também minha Mãe Oyáloyá.

    A viagem de minha mãe GRANDE mãe pequena (NANVULÊ), deixou em mim uma grande tristeza e um profundo vazio. Para mim e na minha vida ela foi de uma suma importância! Como mãe pequena, irmã de santo, e amiga particular.

    Em minha bagagem espiritual e nas minhas aprendizagens sempre contei com ela,(Nanvulê), minha Mãe criadeira Cota Zumbemaionguê,(VIVA), bem como a grandiosa Equede Nicinha (VIVA). Sempre fui um filho pequeno muito presente e devo conhecimentos, ensinamentos e fundamentos do nosso axé, muito do que sei hoje.
    Como irmã de santo mais velha, devo carinho, atenção Ela Nanvulê.

    Não posso aqui deixar de registrar e ressaltar! Importância da minha também amada e insubstituível irmã Dadivugná Maria Amélia de "Toriazaze" (zaze), hoje, graças aos deuses bem viva, minhas irmães, foram para mim exemplo, responsáveis e reflexos do filho que fui para meu Pai Táta Gidimi (in memorian) e nela(s) me espelhei em tudo. Respeitando, minhas cotas, meus Tátas Cambando, meus mais novos e mais velhos.

    O nosso axé esta de Luto! Nossa família!

    Saudades eternas de Seus irmãos, filhos, netos e bisnetos de Santo, clientes, parentes e amigos.

    Seu Filho Pequeno
    Congolandê.

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